Será que temos?

Na altura em que vivemos será que a verdadeira liberdade existe? 
Hoje, o dia em que estou a escrever este post, o UK decidiu sair da UE, muitas questões se levantam, mas quem sou eu para as responder concretamente ou tomar algum partido.
O que quero salientar é que quem nos garante que tudo não passa de um plano já traçado pelo próprio governo, pelos grandes senhores dos monopólios? Levamos com uma lavagem cerebral dos Media todos os dias por toda a parte, para fazermos tudo como está previsto. 
Isto tudo para chegar à "minha praia". 



Nós podemos escolher o que comer.
Numa sociedade automatizada, cada vez mais centrada na facilidade, nos preços "baixos", nas promoções nas grandes superfícies, somos levados a ir ao hipermercado e comprar tudo o que precisamos e muito do que não precisamos.
Começando no detergente e acabando nos legumes, os quais também não se livram de trazer "detergente" incluido, isto é, os tratamentos químicos e todas as porcarias extra, como por exemplo o "brilho" das maças, não é natural, é tudo feito para que possa parecer o mais apelativo e perfeito possível, fruta de plástico. Que por sua vez também começa a parecer plástico por dentro, o sabor a remédios, a textura farinhenta, a falta de sabor verdadeiro.

Felizmente nos últimos anos uma parte de nós parece cada vez mais preocupada (espero eu) com as questões ambientais, com igualdade de espécies, cada vez mais consciencializada do que a rodeia é um luxo poder escolher o que comer.
Tudo tem impacto, tudo o que fazemos tem repercussões. Apoiar quem faz o que faz da maneira mais correcta, que respeita o produto, que o potencia, que não o contamina... Podermos escolher a quem compramos o que comemos! Podemos canalizar o nosso dinheiro no caminho certo. Estimular a economia correcta. 
Para além de estar a preservar a nossa saúde, estamos a alimentar a mesa de alguém que merece.  
Isto é, devemos procurar outras opções, biológicas de preferência, os supermercados já começam a ter algumas opções, mas ainda assim poderemos encontrar bem melhor e se calhar mais barato em locais menos populares hoje em dia. Como a praça, ou os mini-mercados que têm grande parte dos seus produtos de origem local, lavradores e pequenos produtores que revendem também boca em boca, ou até os recentes cabazes, como é o caso do meu parceiro Olhó Cabaz.

Num dia destes, aqui na Noruega, através de perguntas (mesmo à maneira antiga), andei à procura dum pequeno agricultor que tivesse alguns produtos e que fosse simpático e acessível ao mesmo tempo (sim, porque os Noruegueses não são propriamente um povo harmonioso)... Encontrei um na zona onde vivo, tem uma pequena horta para consumo próprio e também vende à vizinhança.
Abriu-me automaticamente a porta da sua horta, dando antes a provar um chá das suas 4 tipos de menta! 

Deixo-vos aqui uma pequena reportagem do excelente momento que passei... Espero que as fotos retratem o mágico e especial desse mesmo momento. 

Eu sempre fui um "menino da cidade", para quem nunca tinha experienciado algo tão fresco, tão natural, ganhei imensa vontade de cultivar as minhas coisas... Sei que não é fácil, é preciso muito tempo, dedicação e amor, mas quero um dia ter a minha própria horta.
Isto de trabalhar em cozinhas, em que se canta sempre que tudo é fresco, " as nossas ervas, as nossas alfaces, as nossas tretas, o homemade " É apenas o banalizar de tudo! Nem chega perto ao expoente de comer o que se colheu há 10 minutos atrás cheio de sabor e textura, nada a ver com o que se conhecemos do supermercado ou dos restaurantes, onde tudo provem de uma produção em massa. 

" NÓS SOMOS O QUE COMEMOS "