Como em qualquer (maioria) restaurante de Lisboa, o estacionamento é sempre a primeira batalha a ganhar. Bem haja ter um Smart em Lisboa, a uns 20metros consegui colocar o (mini)carro.
Mal entramos nos Tibetanos somos absorvidos pela atmosfera tranquilizadora como se de um templo se tratasse, depois de uma sala mais intimista e escura (ideal para jantares) vislumbramos o “jardim” /esplanada (mais solarenga para um almoço), só pelo espaço vale a pena a visita.

Mas o que nos traz aqui hoje é a comida, aquela comida que cheira mesmo ao conforto da tua casa, aquela que tu preparas com amor, que dás tudo o que tens. O espaço é importante, o serviço é importante mas a comida é o que nos une ao espaço. Já conhecia o espaço mas foi a primeira vez que fui lá como Alho Francês.


Para beber optamos por um sumo de Laranja e Gengibre e outro de Laranja, Cenoura e Maçã.
Começamos com 2 entradas, Chamuças e Spring Rollls, ambos Vegan.




Por serem vegan, tanto a massa das chamuças como dos crepes não era tão estaladiça e fina como os normais.
Mas mesmo assim estavam perfeitas na densidade e crocância. Em termos de recheio, adorei, mas adorei mesmo o facto dos mini cubos perfeitinhos de tofu estarem bem corados e crocantes. A atenção ao detalhe é fundamental, a mim compram-me com estes pormenores, os crepes estavam divinais, a couve bem al-dente.
As Chamuças embora muito bem condimentadas, por serem mais à base de ervilhas, creio que faltava um pouco de contraste em termos de textura, o recheio era um pouco mole demais.
Vinham acompanhadas de salada mista temperada com pesto, bom pormenor, gostámos imenso. Os crepes vinham com um pouco de molho de soja misturado com azeite para regar.


Para pratos principais pedimos Caril de Manga com Tofu e Seitan Salteado com PakChoi e Feijão Mungo.

Dois pratos bem simples, mas já se sabe, é na simplicidade que se vê a qualidade.

Primeira coisa que salta a vista nos pratos é o brilho, comemos automaticamente o prato do Seitan com os olhos, ele estava incrivelmente bonito e corado, com os rebentos de soja a gritar frescura. A pakchoi tímida, toda enrolada.
Na primeira garfada somos logo envolvidos e transportados para o conforto da nossa casa, fantástico.

Pedimos o piri-piri da casa, somos fanáticos, e a refeição ainda melhorou. Dos melhores piri-piri que comemos fora de casa, fresco e sumarento. Mais pontos extra, a juntar ao tofu corado, fez-nos a delícia.

O seitan veio acompanhado com uma torre de arroz em forma de pudim, e é no arroz que residiu o ponto menos positivo, ou então as expectativas traíram-nos, estávamos a espera de um arroz basmati soltinho e veio um arroz assim mais para o cozido e colado sem grande aroma, não chegou a ser um ponto negativo, diríamos menos positivo. Em termos de dose, acertaram na mouche, muito bem servida.

Em relação ao Tofu, foi uma aposta muito segura, o caril estava mesmo fresco e o aveludado da manga rima muito bem com o caril e o tofu mesmo estando “dentro” do caril estava mais uma vez com uma textura BRUTAL, corado e crocante. Delicioso!
Veio também acompanhado com o mesmo arroz do prato do Seitan.



Para terminar íamos dividir uma sobremesa, já estávamos bem "aviados", mas para surpresa nossa não havia qualquer sobremesa vegan disponível naquele dia. Infelizmente.

Preço médio para 2 pax com entrada, bebida e prato principal:
35 euros.

Um restaurante obrigatório!

Pontuação: 8/10

Endereço: Rua do Salitre 117, 1250-198 Lisboa
Telefone: 21 314 2038