Shiitake com Ananás dos Açores

1/09/2017


As festas de anos quando eu era miúdo, vá petiz, eram sempre nos restaurantes chineses, todos gostavam e era acessível para toda a gente. Recordo-me, para além dos crepes vegetarianos (sim, havia sempre uma versão vegetariana sem aquelas bolinhas pequeninas de "carne") o prato que eu comia mais era a galinha com ananás e amêndoas. O prato vinha para a mesa dentro da casca do ananás. Nessa altura esse, para mim. era um emprazamento genial, divertido no mínimo.


Antes de passar ao prato propriamente dito, é com mágoa que me recordo do chinês da Praça de Espanha, o Muito Bom que era todo um outro nível de restaurante chinês, mil opções vegetarianas, tinha "frango" vegetariano, "bacalhau" vegetariano até depois uns anos mais tarde reabrir só como restaurante vegetariano 100% e ter fechado, um pouco antes de toda esta "moda". Que pena. 

O ananás para mim sempre foi dos meus sabores favoritos, aquele misto de doçura e acidez sempre me seduziu. 

Vamos ser justos uma coisa é Ananás e outra coisa é Abacaxi. 
Devo ser um felizardo, o meu pai na sua área profissional, na área do transporte marítimo, sempre lidou muito com os Açores, eu comia muito queijo da ilha, ananases... 
O ananás dos Açores é um pedaço de ouro que se pode comer. Está anos luz acima dum "simples" abacaxi. Sei que o preço dele não é um preço que "todos podem pagar" mas compensa a nível gustativo. Mal o tive na mão pensei logo num prato estilo chinês. Ainda para mais com os Shiitake do Migaas o prato já estava feito.

Ingredientes para 3/4 pax:
- 1 Ananás dos Açores 
- 250gr Cogumelos Shiitake
- 1 Cebola Branca
- 1 Cenoura média
- 1 dente Alho
- 50gr Bambu em calda
- q.b. Açúcar Mascavado
- q.b. Molho Soja
- q.b. Vinho Branco
- q.b. Vinagre
- q.b. Ketchup
- q.b. Miolo de Amêndoa Tostado 
- q.b. Piri-piri em pó (opcional)



Modo Preparação:
Para que todos os componentes contribuam para o prato no seu esplendor é necessário encarar esta receita em fases. Tanto pelos tempos de cozedura, textura como pelo sabor. Explicando por texto as coisas parecem sempre mais complexas do que na realidade o são. Alguma dúvida sabem como me encontrar, facebook, instagram, e-mail... o Alho está aqui para vocês.

1- Começo por um dos principais intervenientes, o ananás. Descasco-o desperdiçando o menos possível e corto em cubos e numa frigideira quente com um fio muito curto de azeite. Coloco-os e polvilho com um pouco de açúcar (muito pouco porque a doçura do ananás é incrível), o intuito é mesmo o "comer com os olhos". Passar-lhe aquele golden look. Ouro puro. Reservo.
2- Depois de descascar a cenoura corto em cubos com o mesmo tamanho do ananás e coloco-os na mesma frigideira onde corei o ananás com um pouco de azeite. Os sabores não se podem perder. A ideia é saltear a cenoura ficando ainda com um ponto mais para o cru no interior. A textura do que comemos nunca pode ser descurada. Junto a cebola aos cubos e deixo saltear um pouco até ficar mais translúcida. Reservo
3- Ficando só a faltar o outro ingrediente principal, os cogumelos. Sempre a mesma conversa eheh. Azeite bem quente, cogumelos lá para dentro para fazer um valente PSHIIIIIIIIII, junto o alho picado sem pedúnculo e reservo.
4- Para finalizar junto tudo numa frigideira bem quente para temperar e criar o molho envolvente.
5- Quando estiver tudo quente junto o vinho branco, o vinagre e o ketchup, tempero com o molho de soja e deixo apurar um pouco. Os sabores vão se misturar e ficar um belo agridoce. Junto as amêndoas torradas para dar a textura e o sabor a frutos secos, adiciono o bambu em calda e está pronto.


Vegan Petit Gâteau

1/06/2017


Pois é, os franceses chamam-lhe o pequeno bolo, mas a verdade é que isto é um pequeno pecado. Quando o abres e aquela lava de chocolate escorre para o prato, começamos logo a comer com os olhos.
É impossível ficar indiferente a esta pequena delícia que nasceu por um erro de cozinha e se tornou numa das sobremesas mais famosas do mundo.

Hoje trago-vos então a versão Vegan, totalmente livre de crueldade que não difere em quase nada da receita original! Os mais picuinhas nem vão reparar.
Querem melhor? Totalmente saudável, sem doses exageradas de açúcar, com manteiga de cacau que é uma gordura saudável e muito versátil na cozinha visto que não tem sabor.

No outro dia como vos mostrei nas redes sociais (aconselho a acompanhar por lá) fui à Inauguração da nova Loja do Celeiro em Campo de Ourique e rendi-me finalmente à ISWARI, era já consumidor do Açúcar de Côco (maravilhoso) que usei nesta receita também e comprei a Manteiga de Cacau já a pensar numa sobremesa, como sabem eu não sou o maior fã de sobremesas mas um pecado de vez em quando sabe ainda melhor.




Ingredientes para 4 unidades:

- 1 Chávena Farinha
- 1 Chávena Leite Aveia
- 2 cl Sopa Cacau Magro em pó
- 1 cl Chá Fermento pó
- 1/2 Chávena Açúcar Côco Iswari
- 100gr Chocolate Preto 70%
- 100gr Manteiga Cacau Iswari

Molho Framboesa:
- q.b Acúcar de Côco Iswari
- q.b. Framboesas Frescas
- q.b. Água

Modo Confecção:

1- Em primeiro lugar com muito cuidado com a água  (é o arqui-inimigo do chocolate), coloco uma taça por cima duma panela com água a ferver para derreter em banho maria o chocolate preto com a manteiga de cacau. Reservo.
2- Numa batedeira coloco todos os secos peneirando a farinha para ficar mais leve. Verto o leite aos poucos para ir batendo lentamente.
3- Quando o leite estiver bem incorporado começo a deitar a mistura do cacau derretido até ficar tudo homogéneo.
4- Como não tenho aqui formas indicadas cozi o petit gateau na mesma chávena que usei da farinha, só é preciso untar com margarina vegetal e um pouco de farinha para ele sair depois. É necessário dizer que por segurança eu adicionei bastante farinha para ter a certeza que o conseguia desenformar bem, se virem bem nas fotografias nota-se a farinha de lado, dano colateral.
5- Levo imediatamente a um forno pré aquecido a 210º durante uns 12 minutos. O meu forno em casa é muito bom, tão bom quantos os profissionais então o calor é bem uniforme e regular. Nos vossos fornos em casa tenham atenção que ele está pronto quando começa a "rachar" um pouco em cima, quer dizer que o líquido do chocolate quer "ferver". Mas o tempo não deve variar muito. Se correr mal não desistam. Façam como eu, cozam 2 a 2 e assim conseguem ter 2 oportunidades.
6- Depois de retirar do forno deixo repousar uns 2 minutos, para o ajudar a sair, com o auxilio duma faca contorno a chávena.
7- Emprato logo de seguida e estamos prontos para o pecado.
8- Para acompanhar nada melhor que framboesas. Manter tudo simples. Framboesa casa na perfeição com chocolate. Levo um pouco do açúcar numa frigideira quente, quando começa a derreter junto as framboesas e um pouco de água. Mal elas estejam em "papa" o molho está pronto. Adoro porque fica com a textura das sementes.
9- Junto umas amoras brancas da Iswari que são um antioxidante poderosíssimo et voilà.



Cogumelos à Bulhão Pato

1/01/2017

Há alguns dias um amigo meu, o Rui Perez,  colocou uma foto de um prato com cogumelos à Bulhão Pato, uma foto maravilhosa, despertando imensa curiosidade, salivei logo. Em conversa ele sugeriu que eu fizesse para o blog, "à tua maneira, com o toque do Alho Francês" e assim ficou combinado.