Abóbora Manteiga
Só o nome da coisa faz-me salivar, penso imediatamente em doce, a compota de abóbora feita pelo meu avô, coisas feitas com o carinho que só ele tinha.
Podia mencionar as inúmeras coisas que abóbora manteiga me faz pensar mas esta é a principal.
Quando a vi no supermercado pensei em cremosidade, imaginei logo a receita ali de cabeça, fui buscar o parmesão e vamos para casa pôr mãos à obra no meu Risotto de Abóbora.
Todos sabem o que é o risotto, todos sabem fazer, todos acrescentam etapas e complicam o prato, naqueles casos em que os mitos se tornam verdade, eu refuto totalmente.
Quero aqui comprovar que o risotto é um prato fácil de se fazer em casa, que quando se prova o verdadeiro, o prazer que vão sentir é incomparável a qualquer um que já tenham comido antes.
Para mim só há um segredo, cozinhar com amor. É mesmo daqueles pratos que se tem que ter muito amor, ser progressivo (envolve algumas etapas de preparação), paciente, desfrutar, contemplar, amar o que se está a fazer.
É um prato tão delicioso e nutritivo que dispensa algo mais...


Ingredientes para 3/4 pax
1 Abóbora Manteiga
1 Caneca Arroz Arborio / Risotto
q.b. Manteiga
3 Chalotas
1 Dente Alho
q.b. Vinho Branco
q.b. Parmesão
q.b. Amêndoa Palitada
q.b. Sal
q.b. Pimenta Preta
q.b. Azeite

Descasco a abóbora completamente, nada de partes esbranquiçadas e limpo a parte em que tem as sementes.
Corto grande parte da abóbora em bocados pequenos para levar a cozer e guardo uma parte para cortar em cubos pequenos para saltear mais tarde e enriquecer o risotto,  entretanto com a abóbora a cozer é tempo de novas etapas.
Descasco e pico as chalotas e o alho, chalotas para quem não sabe, são da família da cebola, contudo são muito mais aromáticas e delicadas.
Numa panela coloco um bocado generoso de manteiga em lume brando para adicionar as chalotas. Deixo a chalota "murchar" porque ela não chega a fritar, a manteiga queima muito facilmente, ao contrário do azeite, é uma gordura que aguenta muito pouco tempo temperaturas altas.
Adiciono o alho picado, outro ingrediente que também queima muito rápido.
Por esta altura já tenho a abóbora cozida, passo por um passador para separar a agua que irá ser o caldo do risotto, quanto mais sabor introduzirmos ao prato melhor.
Trituro a abóbora até ficar um puré bem cremoso e com um laranja aveludado. Mesmo sem tempero é um sabor memorável.
Adiciono o risotto à panela, aumentando a temperatura, deixo o arroz fritar um pouco, resultará numa melhor consistência e o arroz ficará mais solto.
Com o arroz quase a começar a agarrar adiciono uma quantidade bem generosa de vinho branco que vai fazer com que se "descole" todos os sabores agarrados a panela.
É a partir daqui que o risotto pede exclusividade de atenção e carinho, tem que estar sempre a ser mexido, é este processo que faz com que o arroz absorva o caldo e transforme esse mesmo caldo em goma.
Adiciono o caldo e o puré (dá sabor concentrado e cor ao prato) aos poucos para que ele tenha "tempo" de absorver, vou temperando a gosto, adiciono sal e pimenta e vou provando regularmente, repito o processo até o arroz estar quase cozido.  À parte salteio os cubos que cortei anteriormente em azeite bem quente. A ideia é a abóbora estar bem corada e o interior ficar al dente.
Para terminar o risotto coloco parmesão ralado e uma noz de manteiga para dar o toque final na suavidade e no aveludado.
Para ainda tornar o risotto mais irresistível coloco amêndoa palitada, que torrei no forno a 140º até ficar dourada, lascas de parmesão feitas com o descascador e manjericão.

Definição de prazer, bom apetite.